O dia seguinte
JR Mignone
Para mim o dia seguinte ao Natal é o próprio dia 25, porque Natal mesmo é na véspera, com celebrações, ceia, visitas, amigos, parentes e “trocação” de presentes. O espírito natalino acaba ali, quando todos vão dormir. O dia seguinte é como se fosse um domingo. Alguns almoçam juntos, outros curtem os filhos, mas a maioria procede como se fosse um domingo.
As únicas vezes que não senti isso foram nos Natais que passei fora, na neve. Até porque a paisagem e a temperatura faziam-me lembrar o Natal no dia seguinte ao dia 24 de dezembro. Mas aqui no Brasil parece um dia qualquer, ou melhor, um domingo.
É uma data sagrada? É, mas, à medida que o tempo passa, pensam-se menos no significado dos presentes da véspera (24) e na importância do dia seguinte (25) para todos os seres humanos. Os presépios estão mais sofisticados nas lojas, colocam-se menos lâmpadas de enfeites nas casas e a tradição do cartão de Natal acabou. Agora, usa-se a internet.
Lembram dos filmes exibidos nas noites de véspera ou mesmo no dia 25? Nem isso tem mais, ou melhor, ainda tem, mas não com aquela intensidade de emoção de outrora e, com isso, os Natais vão ficando mais frios (sem duplo sentido). Os comerciais de Natal eram mais emotivos, vendiam mais a harmonia sob forma da marca da empresa e não produtos ou preços. Hoje não vemos mais esses comerciais, se bem que as agências se renovaram e perderam a sensibilidade.
E o dia 26? Esse dia é o Natal para muitas pessoas nos Estados Unidos. Nesse dia as lojas começam a liquidação exagerada de todo ano. Muitos compram seus presentes a partir desse dia. Aqui no Brasil, em São Paulo, tem uma loja que já faz assim. Mas é solitária, apesar da enorme venda que concretiza. Deveria ser em várias lojas, em todo o comércio.
O Natal não tem mais apenas um significado. Agora são vários!
Fonte = http://www.seculodiario.com.br/exibir_not_coluna.asp?id=12850
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