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OLHO DE HÓRUS

OLHO DE HÓRUS
Tambem conhecido como "Udyat", o Olho de Hórus tem o significado de poder e protenção, relacionado ao Deus Hórus. Era um dos mais poderosos amuletos usados no Egito em tdas as épocas.

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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

MEUS VIZINHOS YAMADA, MAIS QUE UM FILME INFANTIL. UMA LIÇÃO À TODAS AS FAMÍLIAS

MEUS VIZINHOS YAMADA, MAIS QUE UM FILME INFANTIL. UMA LIÇÃO À TODAS AS FAMÍLIAS

publicado em cinema por Gabriel Kim

Mais uma obra de arte dos estúdios Ghibli. Feito com traços rudimentares, nos traz lições profundas que há muito nossa sociedade vem esquecendo aos poucos.

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Os estúdios Ghibli sempre nos louvaram com suas histórias fantásticas e mesmo sendo sempre lembrados por elas, vemos algumas pequenas exceções que nos encantam trazendo um tom mais mundano. Os meus vizinhos Yamada (Hohokekyo Tonari no Yamada-kun) traz uma família (levemente excêntrica) japonesa em um contexto muito atual para a época (1999).

O filme nos lembra de muitos valores que esquecemos. Mais do que um filme infantil, os Yamada nos trazem algums lições muito particulares sobre alienação. A televisão é um personagem polêmico no filme e protagonista de vários momentos divertidos.

A TV é exatamente a metáfora ás tecnologias que nos alienam hoje em dia e a batalha constante do pai para trazer a família de volta a realidade é bem interessante. O Pai dentre todos da família é o único que parece saber como usar a televisão sem que se aliene. Enquanto toda a família acaba que por perder esta luta. Lembrando que dentro do modelo de família japonês tradicional o pai é o mais racional e o mais forte da casa.

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A tradição sempre mantida pelo pai, acaba sendo frustrada pela modernidade

Cada um dos membros dos Yamada nos trazem lições muito importantes para a família atual, como sempre escutar o Pai e a Mãe, tal qual também é válido para Pai e Mãe se relacionando com a Avó. Os filhos, contudo, não se recluem como submissos e obedientes, se mostram como verdadeiros professores também. Vemos que, em várias cenas, eles perpetuam os ensinamentos dos pais para seus amigos ou estranhos.

Os Yamada vivem uma realidade familiar segregada que é comum em quase todos os lares do mundo. A Avó que mora com a família mostra um povo conservador que decaiu mas hoje procura a modernidade. Em contra partida, os pais são vêem sua geração entrar em decadência e em uma luta constante, tentam deixar seus valores para seus filhos. Os filhos são então os que restam para nos mostrar uma juventude sonhadora e ascendente.

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As senhoras Yamada adoramfazer compras, coisas que os filhos e o pai não. Vemos aí uma realidade que não é exclusivamente japonesa

Mesmo se passando no Japão, o filme mostra vários fatores que ocorrem, também, na população ocidental. Em um contraste tênue mas, às vezes, muito gritante, algumas cenas nos levam a conhecer mais a cultura japonesa e ver que ela mesmo, em sua fama extremamente conservadora e pontual, também tem espaço para falhas e aquele famoso jeitinho brasileiro. O único fator que talvez diminua essa relação é o fato de que toda a família é um conjunto de exceções da cultura social japonesa. Mas ainda sim, são exceções presentes e recorrentes na vida japonesa.

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A Vovó Yamada visita seus amigos no asilo, os idosos japoneses são muito respeitados, mas apesar disso, ainda são descartados em "Lares"

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A Mamãe Yamada mesmo sendo uma dona de casa com todos os costumes japoneses, mostra que a perfeição muitas vezes não está nas grandes qualidades, mas sim nos pequenos detalhes

Meus vizinhos Yamada possui um visual fotográfico de encher os olhos, observa-se neles algo que anda se tornando muito recorrente na indústria da animação. Um apelo a gráficos mais infantis para falar de assuntos mais realistas nos transmite a ideia de que não são precisos gráficos perfeccionistas para existir ideais atuais e realistas. Esse contraste que faz com que um público tão abrangente, desde crianças até adultos, vejam esse tipo de filme e se entretenham, seja pela fotografia rudimentar e colorida ou pela história tão rotineira e envolvente.

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Para se viver em família ás vezes é preciso um pouco de sacrifício

Cheio de metáforas, o começo do filme nos traz várias lições valiosíssimas que esquecemos a tempos. Todas as conspirações que os pais criam para não falar sobre sexo com seus filhos estão presentes no filme, metáforas que vem do mundo todo sobre "De onde os bebês vem". Desde os repolhos até as cegonhas e pêssegos. Vemos um pouco da cultura japonesa também, que mostra os bebês nascendo de brotos de bambu.

As cenas de discurso são aquelas que mais nos prendem e não conseguimos assistir a elas sem concordar e pensar em todas as nossas relações. Recomendo estas cenas para Pais e Mães que estão entrando agora nessa vida e para filhos que não compreendem seus pais. Mais do que isso, mostra toda a trajetória da família Yamada e serve como uma introdução muito bem colocada ao filme. Nos faz arrepiar e sentir aquele calorzinho de todas as memórias boas que tivemos com nossa família. Vemos um casal que enfrenta a todas as adversidades como uma competição, que só se vence em equipe. Um desbravamento à procura de uma vida estável e feliz, mesmo fazendo parte de uma família tão excêntrica como a deles.

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Uma plantação de bebês fresquinhos

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O pai sempre mostra o caminho no modelo familiar Japonês

A trilha sonora não fica muito atrás, os estúdios Ghibli sempre tão famosos pelas suas trilhas musicais quase exclusivamente líricas, nos traz uma versão da música "Que sera sera" (1956-Jay Livingston) em japonês. O final do filme vem para aquecer aquela brasa de saudade dos velhos tempos que vivemos com nossa família, seja nos jantares cheios de primos e tios ou naqueles momentos em que toda a família se reuniam a mesa para compartilhar uma pizza em uma noite de preguiça.

Deixo minha lembrança pessoal para vocês entenderem o que é essa sensação para mim, nossa família se reunia toda noite em frente a casa da minha Tia numa cidade de interior. Essa é a lembrança que eu guardo comigo, daquelas noites frescas em que nossa família ria e conversava. Se você ainda vive isso, deixe-se levar, senão, resgate. Se você sente falta disso, tente de novo, nunca é tarde. Família nem sempre se consagra em laços sanguíneos. A família Yamada nos traz essa lição, a família está mais presente em nossos momentos que em nosso sangue.

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Todos os Yamada reunidos

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GABRIEL KIM

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